disk-ofensa

a peça faz parte da trilogia do pedro vicente e está em cartaz no Centro Cultural São Paulo.
fui ver, de cara, porque o Bortolloto está no elenco. do dramaturgo pedro vicente quase nada conheço.
é mais ou menos assim : um escritor, um loser é casado com uma mulher do tipo gostosona-ambiciosa-despudorada.
falidos, pensam em montar um negócio brilhante : o disk-ofensa. as pessoas ligam para xingar ou ser xingadas, humilhadas.
e a ligação é cobrada, tipo 0900.
o escritor encontra uma mendiga que solta aos 4 ventos os maiores absurdos, xingamentos de alto nível. eles a prendem em uma gaiola e exploram esse lado de podre requinte da mulher.
ganham grana com isso, porque muita gente precisa colocar pra fora inquietações, insatisfações e mandar à merda do chefe à sogra. e xingar é o que a mendiga sabe fazer de melhor.
enfim, no final o escritor-sonhador (bortolloto faz o papel) solta madalena (a mendiga) porque chega à conclusão que as pessoas têm mais é que se foder sozinhas, sem a ajuda dele (e dela).
um roteiro que dá margem à várias leituras, mas no geral achei a peça meio fraca.
a trilha é muito boa. talvez eu esteja acostumada a montagens muito bem feitas e por isso tenha achado essa somente razoável.
mas vale tb por ver o bortolloto, que parece sempre fazer o próprio personagem nas peças.
não larga a garrafa de vodka ou pinga ou coisa que o valha, sempre com os óculos escuros, o sobretudo e o eterno ar de loser. embora hoje ele não o seja mais, mesmo querendo parecer um.