prenez soin de vous
Não coloquei o nariz pra fora de casa nos últimos dias.
Além de muito trabalho (o que não vem a ser exatamente uma novidade), uma vontade absurda do não-contato com gente me fez ficar bem quietinha.
Ontem, por exemplo, três "eventos". Recusei todos. Cheguei em casa e fui cozinhar, feliz da vida.
Aí o Fabrício, ao me perguntar a programação da quinta e ter como resposta: casa, se espantou.
"Achei que você não tinha isso, que era sempre muita gente, muita festa".
Disse a ele que não acredito em ninguém que é 100% alguma coisa.
100% triste, 100% bonito, 100% feliz. Balela.
E ainda comentei com Fabrício que o Marcelo, amigo carioca, havia feito um comentário parecido, dia desses.
Ele me disse que ficava feliz em saber que eu tinha um lado calmo, porque eu sempre estava em alta velocidade e tal.
Respondi a ele que uma coisa não exclui a outra. Eu posso ser tranquila numa hora e agitada na outra. Eu posso sair todos os dias numa semana e na outra ter alergia a lugares com mais de 3 pessoas.
Eu não sou uma obra encerrada, finalizada.
Como diz Lévi-Strauss, cada um de nós é uma espécie de encruzilhada onde acontecem coisas.
O mais importante, que venho aprendendo com o tempo, é respeitar essas mudanças, jogar no time delas.
Aprender a recusar 3 convites num mesmo dia, se o estado de espírito pede sossego. Ou sair sozinha de casa à uma da manhã pra ouvir música e beber. Respeitar o momento.
Pensando nisso, lembrei de uma ocasião em que (não me recordo agora quem foi, até porque isso é bem recorrente, infelizmente) me disseram: ah, você é moderna, independente e ainda faz serviço de casa ?
Rótulos.
Moderna ? Independente ? Serviço de casa ?
Dependo de tanta coisa e de tanta gente....
E, sim, adoro cozinhar, não me incomodo em lavar louça, me agrada a casa sempre arrumada, com flores.
Porque o "ainda" ? Não posso ter meu trabalho e ser dona-de-casa ao mesmo tempo ?
Não posso achar incrível fazer uma comida pro namorado e sair da TV às 2 da manhã, numa boa ?
Posso, sim.
E, ontem, sozinha com meus discos, sentindo o cheiro da cebola fritando na manteiga, colocando roupa pra lavar, me senti satisfeita. Por ter escolhido o que me traria tranquilidade nessa noite.
Claro, depois da doce labuta, me enfurnei no Tolstói (valeu, Alfredo).
Sem rótulos. Acho adequado.
Além de muito trabalho (o que não vem a ser exatamente uma novidade), uma vontade absurda do não-contato com gente me fez ficar bem quietinha.
Ontem, por exemplo, três "eventos". Recusei todos. Cheguei em casa e fui cozinhar, feliz da vida.
Aí o Fabrício, ao me perguntar a programação da quinta e ter como resposta: casa, se espantou.
"Achei que você não tinha isso, que era sempre muita gente, muita festa".
Disse a ele que não acredito em ninguém que é 100% alguma coisa.
100% triste, 100% bonito, 100% feliz. Balela.
E ainda comentei com Fabrício que o Marcelo, amigo carioca, havia feito um comentário parecido, dia desses.
Ele me disse que ficava feliz em saber que eu tinha um lado calmo, porque eu sempre estava em alta velocidade e tal.
Respondi a ele que uma coisa não exclui a outra. Eu posso ser tranquila numa hora e agitada na outra. Eu posso sair todos os dias numa semana e na outra ter alergia a lugares com mais de 3 pessoas.
Eu não sou uma obra encerrada, finalizada.
Como diz Lévi-Strauss, cada um de nós é uma espécie de encruzilhada onde acontecem coisas.
O mais importante, que venho aprendendo com o tempo, é respeitar essas mudanças, jogar no time delas.
Aprender a recusar 3 convites num mesmo dia, se o estado de espírito pede sossego. Ou sair sozinha de casa à uma da manhã pra ouvir música e beber. Respeitar o momento.
Pensando nisso, lembrei de uma ocasião em que (não me recordo agora quem foi, até porque isso é bem recorrente, infelizmente) me disseram: ah, você é moderna, independente e ainda faz serviço de casa ?
Rótulos.
Moderna ? Independente ? Serviço de casa ?
Dependo de tanta coisa e de tanta gente....
E, sim, adoro cozinhar, não me incomodo em lavar louça, me agrada a casa sempre arrumada, com flores.
Porque o "ainda" ? Não posso ter meu trabalho e ser dona-de-casa ao mesmo tempo ?
Não posso achar incrível fazer uma comida pro namorado e sair da TV às 2 da manhã, numa boa ?
Posso, sim.
E, ontem, sozinha com meus discos, sentindo o cheiro da cebola fritando na manteiga, colocando roupa pra lavar, me senti satisfeita. Por ter escolhido o que me traria tranquilidade nessa noite.
Claro, depois da doce labuta, me enfurnei no Tolstói (valeu, Alfredo).
Sem rótulos. Acho adequado.
*ilustra por bia_ia
18 Comments:
:) gracias por nada. Vc merece toda inteligência literária, como Tolstoi, ou outras convergindo em sua direção.
Alfredo.
3:44 PM
me mande mais, vov's.
dorei.
bjbj
4:00 PM
Você já leu "Quando Nietzsche Chorou"?
Me diga, posso te emprestar.
Beijo.
B.
8:40 AM
Olha, realmente estou para ver você recusar três 'eventos'. Brincadeira... É isso aí, também não acredito que alguém seja 100% alguma coisa. Do mesmo jeito que não acredito que alguém NÃO seja pelo menos 1% alguma coisa. e ó, esse cheiro de cebola com manteiga eu senti daqui. me chama um dia. beijos e boa semana.
10:49 AM
bê, não li, não, mas quero....
só segura um pouco, pq dps de tolstói tô com 2 na fila !
marizita
um amigo meu, o jorge, tem uma frase (nem sei se é dele), que gosto mto, que diz : a certeza somente na inconstância.
nem sempre, mas de vez em quando é assim que é, né ?
vou cozinhar pra vc. me diga o prato e vou atrás da receita.
bjs, queridos !
11:00 AM
Fim de semana muito esquisito. Segunda de bode. Fatos irrelevantes me fazendo mais mal que o necessário. Precisava ler dessa tua paz. Precisava. Que bom! Bjo, saudade!
6:38 PM
vc mesmo diz : irrelevantes.
pense assim e siga, querido.
talvez os momentos de paz venham daí.
te amo, sempre.
8:26 AM
adoro cheiro de cebola na manteiga... o q importa mesmo é se sentir em paz, neh nega?!! bj procê!
10:44 AM
paz, no seu caso = férias, né, neguita !
delícia....aproveite.....
bjbj
11:03 AM
Fabi, obra em construção, cebola na manteiga! Me citou aí? Gostei... E gosto de ver como vc aproveita seus momentos calmos: de Tolstoi ao fogão, sem embaralhar as letras nem desandar o caldo...
Às vezes uma calma leve, noutras uma calma densa, mas sempre nessa calma, vc, intensa, nunca esquece a sua alma!
bjos
Bjos
6:12 PM
não, nunca esqueço a alma, má.
e, de novo, feliz aniversário, leonino !
quando estiver no Rio tomamos um chope no Braca pra comemorar!
bjbj
8:09 AM
Fabi, obrigado mais uma vez...
Queria um chopp paulistano um dia...
bjos
8:39 AM
Tb acho bem adequado !!!!
Saudades ..
Te amo ..
Sexta vc vem pra cintia ??
E sábado no casamento??
Nos vemos ...
Bjs
10:35 AM
nusketa
daqui tb saudade.
sexta, cí.
sábado, casório.
é nóis.
bjbj
10:40 AM
Adoro casa com cheiro de flores!
Achei que vc vinha nesse finde... :-(
Tô com saudade, dá pra aparecer?
rs...
Bjo duplo!
6:34 AM
fezoca
eu praticamente não existi, de sexta a domingo.
muuuuuuuuuuuuuuito trabalho, muuuuuuuuuuuuuuuuuuito cansaço.
faz parte...
tô louca pra ver sua barriguita.
assim que der um respiro, apareço.
bj, sempre saudade.
8:20 AM
nossa fabi... respeitar as nossas vontades é 100%, será que é adequado dizer isso? rsrsrsrs...
beijos
12:31 PM
Lu, 100% eu não digo de quase nada nessa vida.
Mas 99% acho adequado, sim.
rsrsrs
Beijo enorme !
1:02 PM
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