: Diz-se de criança irrequieta e traquina, que não está quieta um só momento.

Thursday, August 20, 2009

se nada mais der certo

Eu sempre falo pro Celso, um amigo aqui da TV: se eu fosse menos curiosa, sofreria menos.
Explico. Esse tanto de coisa que venho lendo ao longo desses 30 anos, as músicas descobertas, os filmes assistidos (alguns várias vezes), a busca por respostas (mesmo que nunca chegue a elas), tudo isso é a procura por algo que tape esse buraco aqui no peito, que existe desde sempre.
Penso que se não fosse tão curiosa pela vida, tudo seria mais fácil. Uma alienaçãozinha até que não faria mal. Poderia, assim como muitas meninas (?) da minha idade, estar casada, com filhos, trabalhando das oito às cinco, indo para a praia em janeiro, fazendo um sexo burocrático, guardando uma grana para trocar o carro e é isso. Mas pra mim as coisas são bem mais complicadas.
Anteontem fui ver "Se Nada Mais Der Certo". Saí passada do cinema (como já havia me adiantado, sabiamente, Chico Fireman).
São personagens que pensam um pouco como eu. Sempre procurando (mesmo sem saber muito o quê), perguntando, descobrindo. E sempre achando que ainda há muito escondido.
Não seria mais fácil algo meio automático ? Esse pacote que citei acima não é sinônimo de felicidade para quase todo mundo "normal" ?
Freud diz que "a felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz".
É assim que eu sigo, é assim que seguem os personagens do filme que vi.
Não vão aceitando assim, goela abaixo, qualquer conceito vendido por quilo.
Ir por essa via não é fácil. Você abre a ferida, chega na carne e continua cutucando.
Assumir essa crueza, essa natureza, tem consequências, como em toda escolha que se faz.
No filme todos acabam bem fudidos. E tristes.
Tento manobrar os resultados dessa curiosidade toda, dos bichos que surgem dessas expedições, mas nem sempre consigo. Às vezes o volante escorrega...
Felicidade pra mim, infelizmente, não é o comercial da margarina.
Espero não acabar fudida. Triste eu já sou, de quando em vez.
Como diz Léo no filme, ninguém é normal, só que algumas pessoas disfarçam melhor.
Não sou personagem de cinema, mas, como eu insisto com Celso, se eu fosse menos curiosa, acho que sofreria menos.
Ele retruca: você não aguentaria não ser isso. E aí eu tenho de concordar. O jeito, então, é tomar um gole d'água pra ajudar a digerir a coisa toda.
*ilustra por Arthur D'Araujo

15 Comments:

Blogger FA said...

sua curiosidade pela vida é mto linda. e te faz especial. o café da manhã doriana é chato! nuooossa, q chato, chaaaaato! ;)

9:54 AM

 
Blogger fervilheta said...

chato, nossa, chaaaaaaaaaato.
kkkkkkkkkkkkkk
saudade de vc, gata.
aproveita a folga que tá acabando.
kkkkkkkkkkkk
bjbj

10:37 AM

 
Blogger Ederson Sousa said...

Compra requeijão.
Não tem comercial, é mais gostoso e ninguém faz buraco nele.
Ainda sinto falta de vc não ter participado do casório!!!
Sobraram 2 cx e 1/2 de cerveja. Como disse, faltou vc.
Bjos

12:33 PM

 
Anonymous Chico said...

Não falei? O filme é sobre as nossas buscas pelo que ainda não sabemos.

3:55 PM

 
Blogger fervilheta said...

bibi, saiba que eu senti mais ainda não ter ido, acredite.
vamos resolver esse lance da cerveja, que, para nós não é problema, né ? kkkkkk
fireman, tô chocada até agora com o presente repentino, em plena segundona. te amo.
bjs, queridos.

7:49 AM

 
Anonymous Guiu Lamenha said...

Te ver e não te ter mais tempo foi prova viva de que aguento sorver em goles a minha felicidade clandestina. O cartão foi pra porta da geladeira. A memória do Tubaína tá no peito! Te aguardo em Macondo! Te amo!

7:54 PM

 
Blogger fervilheta said...

poucas horas bastam pra nos provar: somos espelho um do outro, por isso esse buraco quando há falta.
te amo, alice.
sempre guardado num canto muito especial do meu coraçãozinho.

9:06 AM

 
Anonymous  said...

tem um livro chamado "Como me tornei estúpido", não sei se vc já leu, é um cara que pensa exatamente assim e que decide se tornar uma pessoa de acordo com os padrões normais, alienado, ele decide não questionar e não pensar em mais nada. Se você não leu devia ler, não é um livro FÓ-DA, mas acho q vc vai se identificar. Eu prefiro ficar triste por pensar demais do que achar que passear no shopping todo fim de semana é a coisa mais legal do mundo.

Bjos =*

8:31 AM

 
Blogger fervilheta said...

concordo sobre a parte do triste, sobre a parte do shopping...
tem uma frase do filme "quando nietzche chorou" que gosto bastante: a verdade é algo medonho.
e é isso, né?
bj

11:06 AM

 
Anonymous Anonymous said...

"Como me tornei estúpido" é legal, mas se perde no final e fica mesmo estúpido. O livro "quando nietzche chorou" é mui mais foda que o filme.
Mas vc escreveu tudo isso já sabendo a resposta, não? Criticando nas entrelinhas os "normais". Vc tem raiva sempre, parece.

Suzana.

10:33 AM

 
Blogger fervilheta said...

não li o livro ainda, então não dá pra opinar se é melhor que o filme....
sobre o sentimento, acho mais adequado classificar como medo de me tornar assim.
raiva, não. raiva tenho de pouquíssimas coisas (e pessoas), mesmo.

1:56 PM

 
Anonymous Fezita said...

Tô atrasada mas tô aqui...rs...
É menina, vem aí a Gabrilela, ou, como já está sendo chamada por mim, Bibizita! ...rs...
Tava lembrando de vc agora, como vc disse, "Grávida é foda"... eu pedi e o Diego subiu na escada pra pegar as poucas jabuticabas maduras que estão lá no alto...
kkkkk
Semana passada tinha uma hoje tem um monte só que nos galhos mais altos...rs...

Bjo e saudade já.

9:09 AM

 
Anonymous Fezita said...

Ops,é Gabriela não Gabrilela...rs...

9:57 AM

 
Blogger caedelucca said...

Estranhamento!!
Ẽ tudo, ver realmente o que tem ou pode ter nos bastidores..
O que os olhos nao veem, o coracao n sente.. Nos nao pensamos nem agimos assim definitivamente...
Atores, sim, os sociais que tal!
E super importantes, quem sabe um dia,
pessoas q pensam, terao prazeres em buscar informacoes e nao ficar depre.
E nao acabar na ponte da Sumare, pra praticar rapel sem cordas..
Como fez uma amiga ha um mes..

Eita vida maluca!!

Nao podemos deixar de viver o que ela nos oferece de bom tambem..

Boa semana.

6:23 AM

 
Blogger fervilheta said...

senhor de lucca !
eu não deixo passar um cisco que seja de coisa boa que passa perto de mim.
aproveito tudo.
beijo, saudade.
(nos vemos na sexta, né?)

8:56 AM

 

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