the answer is blowin' in the wind

Começo 2010 muito mais tranquila do que em 2009, que (seja sincera, Fabiana), foi um ano muito do bacana pra mim.
Começo sem muitas resoluções, porque, assim como pra quase todo mundo, algumas só duram nas primeiras semanas do ano. E se os planos se concretizam sem muita expectativa, ulalá, é muito mais gostoso.
Começo feliz, dividindo coisas bastante saborosas. Querendo os bons amigos por perto. Silenciando no meio desse falatório ensandecido de quando se inicia algo que se imagina grandioso.
Com minha bicicleta lilás e sua cestinha estacionada ali na garagem. Com a casa florida, com o coração em ordem.
Com o cheiro do café de manhã e L. Cohen disparando seu vozeirão pela sala.
Com o volume de trabalho de sempre e o desejo de que tudo dê certo, também de sempre. Com algumas vontades diferentes e outras completamente iguais.
Seja, sincera, Fabiana, 2009 foi um bom ano pra você. Sim, ele foi. Ô se foi.
Talvez por isso as resoluções sejam poucas. Mudar um negocinho aqui, outro acolá, acrescentar um tiquinho ali, tirar daqui. Nada de ir pro Alasca ou arrumar outro emprego. Ou colocar silicone ou correr a São Silvestre.
Porque algumas correções eu fiz mudando a marcha mesmo, no meio da estrada, sem precisar de novo ano pra colocar em prática. Por que tem coisa que não vale a pena esperar pra mudar.
Então acontece que quando acordei no primeiro dia de 2010 pensei que não precisaria alterar tanta coisa pra ser feliz nos próximos 364 dias.
Mudar, sim, quando sentir que precisa. Vou lá e mudo, sem consultar calendário.
Continuar nesse caminho que às vezes entorta, porque, afinal, estamos falando em viver. Desviando de quando em vez pra não doer muito e seguir do melhor modo possível.
E se, num virar de esquina, vier algo a mais e se esse a mais for agradável, ulalá, que gostoso então.

*ilustra por Biaia