: Diz-se de criança irrequieta e traquina, que não está quieta um só momento.

Wednesday, April 18, 2007

Deixo aqui um pedido que pode ser póstumo, ou em vida peço que caso eu me transforme em uma mulherzinha independente, antenada, responsável, que malhe em academia só para mulheres, que leia sempre as crônicas da Martha Medeiros, que ame Clarice Lispector, que acredita em um palavreado livre de palavrões - que são deselegantes -, que em uma sexta à noite grite após umas duas cervejas: "quero dar", no entanto vive dispensando os caras pelas convenções: "Ah, esse não é bonito o suficiente. Ah, esse nem tem carro..."
Pelo amor de Deus, matem - me.
Essas mulheres me fazem sofrer terrivelmente, sou obrigada a conviver com elas, essas perturbadas infernizam a vida das que não são cosmopolitas, das que não tem um cartão de crédito para consumir em barzinhos, das que não compram roupas na Zara, das que não tem um scarpin bonitinho ou das que como eu: com todos os recursos anteriores, no entanto é uma boca suja, munidas de opiniões como:
"Antes de se tornarem seres pensantes as mulheres precisam aprender a dar, dar e dar e não o contrário."
E qual o problema em falar "Fodeu"? Se eu não fizer uso de palavrões - vez ou outra, eu tenho bom senso, cacete! -, eu vou fazer o quê? Matá -las? Não seria mal, essas criaturas me transmitem uma infelicidade gritante que sai pelos poros. Embora não admitam ainda vêem em um homem a felicidade, com direito a uma passeio pela Itália e croissant na cama e o cara lavando a louça depois...
Ficam chatas, confundem feminismo com egoísmo: porque não lavar a PORRA da louça ou passar a camisa do cara?
Se eu ficar assim, alguém pode me matar ? Caso eu não fique, alguém pode me ajudar a matar meia dúzia de infelizes que me deixam arrasada de tanto hormônio feminino enjoativo?

(Esse texto é um daqueles que você lê e fica puta por não ter escrito, sabe ? Eu achei genial...tirei do blog da Camila Lopes....).

"É graças à arte que nos libertamos do reino perturbado, obscuro e crepuscular dos pensamentos para, recuperada a liberdade, ascendermos ao reino tranquilo das aparências amigáveis".
Hegel, Lições de Estética.
(Citação que está na exposição Itaú Contemporâneo, do Itaú Cultural. Vale a pena.)