: Diz-se de criança irrequieta e traquina, que não está quieta um só momento.

Tuesday, May 05, 2009

invisível e perigoso

Ele tá ali ó. Escondido, camuflado, mas sempre ali.
Você acorda e ele vem junto. O medo.
Medo de chegar atrasado, medo de não chegar.
No trajeto, medo de ser assaltado, de respirar com as janelas do carro abertas.
No trabalho, medo de não dar conta, de ser demitido, de querer ser demitido.
No almoço, medo de engordar, da culpa do prazer da mesa.
Ele fica ali, grudadinho, só esperando uma brecha pra aparecer.
Medo de não ser notado (e dá-lhe Orkut, Twitter, blog, Flickr, Sonico e afins).
Medo de ser notado e estar sendo ridículo.
É medo do medo que dá, como canta Lenine.
Medo de ver o tempo passar e não fazer nada.
Medo de não ver o tempo passar ("o tempo passou na janela e só Carolina não viu....").
Medo das rugas. Medo de ser fútil.
Medo de ficar estagnado. Medo de mudar.
Vem vindo a noite, ó o medo saindo da toca de novo.
Medo de ir pra casa sozinho. Medo de dividir a cama e o coração com alguém (vi num filme outro dia, que não me lembro o nome, que a melhor maneira de não ser rejeitado é rejeitar primeiro.....meu Deus !).
Tom Zé, gênio, questiona sabiamente : "com quantos quilos de medo se faz uma tradição ?"
É medo pra mais de metro, gente.
E vamos tocando a vida.... chega um dia, vem outro e não notamos esse companheiro indesejável, desagradável, incontrolável.
Sempre ali dando um alô, atrapalhando decisões, nos castrando a felicidade, dormindo no meio da cama.
Se interessar a alguém, é só avisar, estou doando minha parcela de medo. Urgente.