sobre escolhas e contra-indicações
Manteiga ou requeijão ? de saia ou calça ? cabelo solto ou preso ? leio primeiro o do Pirandello ou começo o do Ruy Castro ? vinho ou cerveja ? pinto as unhas de vermelho ou laranja ? previdência privada ou lavar pratos por esse mundão ?
Como já diria Caê, choices. Escolhendo um, sempre um outro será descartado.
A perda, de qualquer maneira, é inevitável.
As escolhas têm sido mais pesadas pra mim nos últimos dias. Sensação de carregar na mala a alegria dos outros e de não saber muito bem em que bagageiro vou deixar isso tudo.
Medo de decepcionar (de já ter decepcionado ?), de magoar, fez a opção certa, Fabiana ?
Questão de risco, como quase tudo na vida. O problema é esse processo, um bocado desgastante. De ficar horas olhando pro teto, do aperto no coração, da culpa, de querer ficar quieta.
Alguém tem remédio pra isso ? Eu não sabia que as contra-indicações (me perdoem, mas me recuso a não usar o hífen) eram tão graves. Me desculpem a ignorância, senhores. Peço perdão por essa irresponsabilidade sentimental.