: Diz-se de criança irrequieta e traquina, que não está quieta um só momento.

Thursday, June 11, 2009

sobre consciência e anestésicos

"Me sentindo estranha, parece que do nada tomei uma consciência absurda do meu corpo. Sinto o sangue correndo pelas veias, a massa que tem aqui dentro..."
Não é a fala literal, mas é mais ou menos isso.
Está no filme "Interiores", do Woody Allen, que vi essa semana (não, não tinha visto esse dele ainda).
E me lembrei disso agora porque tem dias que consciência é a última coisa que queremos ter, né ?
Seja álcool, trabalho, noite, academia, de alguma maneira você quer fugir desse mundo que se apresenta diariamente. Você quer reinventá-lo à sua maneira, deixá-lo talvez mais interessante. E aí se entorpece.
E isso é bom ?
Às vezes é necessário, porque tem noites que não dá pra encarar tudo assim, a frio, mas isso se tornar muleta já é outra história.
Nossa, parece uma psico bem chata falando isso, fazendo essa pseudoanálise, mas, longe disso, foi o que senti quando vi o filme (e falo por mim, não é conselho pra ninguém, que fique bem claro).
Minha vida é um bocado conturbada. Muuuuito trampo, várias responsas, arruma daqui, ajeita acolá.
Punk mesmo.
E aí, quando a coisa aperta, é bastante adequado que haja uma válvula de escape para que não se tenha uma parada cardíaca ou algo do gênero.
Mas depois de alguns acontecimentos comecei a reavaliar como desopilar. E isso tem sido bem bom.
Não é radicalizar, não é discurso, nada disso. É só reavaliar. Ter consciência, como escreveu Allen.
Consciência do que vai, de fato, deixar as coisas mais leves pra você.
É como diz Bill Murray em "Encontros e Desencontros" : Quanto mais você sabe quem você é e o que você quer, menos as coisas te preocupam na vida.
Não dá pra generalizar, cada um tem uma necessidade, cada um precisa de um analgésico.
No meu caso tenho usado bastante a consciência. Do que sou, dos meus atos e das consequências deles, de quem quero do meu lado (ou não), das minhas escolhas.
Não que eu não vá pedir mais uma taça de vinho (longe disso). Mas que eu me entenda depois com a minha caixola (que é bem complexazinha). Que aguente o tranco pós-anestésico.
Que o mundo é mesmo um lugar complicado.
E que depois dessa(s) taça(s) eu tenha alguém esquentando meus pés.
Plena consciência dos meus desejos.