novas companhias

Auto-sabotagem, auto-conhecimento, auto-preservação.
É o maior índice de "auto" por hora que já ouvi em toda minha vida. E tudo com hífen, que gosto dele.
Tem sido assim nos últimos dias.
Por acontecimentos diversos, ouço de amigos, ouço de mim, leio, é quase uma conspiração.
Não é que tá fazendo bem ?
E olha que eu, uma pessoa que, sim, acha um saco D.R., que não tem paciência pra chiliques, que despreza conselhos hippies do tipo "se não deu certo é porque não tinha que dar", abomina auto-ajuda de qualquer ordem, deveria bater o pé, né ?
Mas não....
Na verdade a serenidade tocou minha campainha, eu abri e servi um café.
Ela gostou tanto que tá hospedada lá até hoje.
Coloco música e ela dança comigo na sala. Mensagem no meu celular e ela fala : "ahhh".
Volto a dançar.
Eu rio da serenidade, realmente não a conhecia a fundo.
A sabedoria, amiga dela, também veio. E ontem, numa conversa a três, assistindo "Núpcias de Escândalo", me vi compreendendo tudo de uma maneira irritantemente clara.
"A idade ideal para julgar as pessoas é nunca". É uma frase da Katharine Hepburn, a Tracy no filme.
Sabedoria deu cambalhotas de alegria no meu tapete. Não tá acostumada a se deparar com seus pares assim, num virar de esquina, coitada.
Ah, sim, às vezes a tristeza consegue entrar, sorrateiramente, sem bater. Quase sempre, quando minhas amigas já foram dormir.
Aí não tem jeito mesmo.....choro um bocado, depois dá uma aliviada e a gente segue.
Mas, no geral, elas têm sido boas companheiras.
Talvez Serenidade e Sabedoria estivessem já me olhando de longe há tempos....
"Essa menina tem trabalhado mais de 12 horas por dia. Ainda quer ler, ir ao cinema, fazer supermercado, as unhas, viajar, fazer as cagadas dela, cuidar dos pepinos que invadiram a cabeça dela. Vamos lá, vai".
E vieram.
Acho que foi assim.
Se não, como teriam encontrado meu endereço, em meio a tanta gente que carece muito mais ?
Isso me faz acreditar que posso, realmente, ser uma menina de sorte.