: Diz-se de criança irrequieta e traquina, que não está quieta um só momento.

Wednesday, September 16, 2009

sobre reinventar-se

31 anos.
Ainda é estranho pra mim essa coisa da idade nova. Não pela questão de envelhecer e todo o blábláblá que vem junto, mas porque isso não muda muita coisa pra mim. Ah, sim, tirando o aumento do número de cremes usados diariamente. De resto, tudo parece igual.
Igual ao diferente que vem sendo nesses últimos meses.
É porque hoje de manhã me dei conta de que esse aniversário representou muito mais que entrar pros 31.
Marca um ano de muitas mudanças na minha vida.
Me separei de uma pessoa bastante especial, me mudei de casa, criei de novo meu espaço.
Adaptações, novas descobertas.
E na esteira disso, as consequências...
Deixei de amar, amei de novo, experimentei ficar só, conheci pessoas incríveis, me desapontei, aprendi a equilibrar sozinha o aluguel, a carregar as compras do supermercado, a encarar o silêncio do quarto, a fazer receitas novas, a relevar, relevar, relevar, ihhh, como diria Tom (Jobim), tanta coisa...
Aprendi um bocado. Pra mim parece que foi muito mais que um ano.
Motivo em dobro pra comemorar.
De sentir um puta orgulho da minha casa, dos amigos novos, dos de sempre, dos amores novos, dos de sempre, das alegrias novas, das de sempre.
De olhar o joelho esfolado e saber que consegui me levantar, mesmo que a marca continue ali. Mesmo que a tristeza venha forte às vezes, que a vontade nem sempre seja correspondida, que as lembranças não sejam tão agradáveis em alguns momentos.
E a ficha de tudo isso caiu só hoje, às 8h50, enquanto eu assoprava o chocolate quente, sentada na minha poltrona.
Uma pessoa nova, sim, mas não por fazer 31 anos e sim pelos rumos, alterados constantemente. Porque, como escreve o Chico (Buarque, não o Fireman), tem coisas que não param de acontecer em nós até o fim da vida.
Acho que as mudanças são assim pra mim.
Mas tem algo que não se altera nesses anos todos: minha vontade, como já me disse Arthur, de abraçar o mundo com meus braços de adulta.
E que venha mais um ano.

*imagem de Dolls, de Takeshi Kitano