: Diz-se de criança irrequieta e traquina, que não está quieta um só momento.

Thursday, February 12, 2009

cuidado, curva perigosa

Às vezes ligo o automático e vou embora.
De 0 a 100 em menos de um minuto. Muito mais potente que qualquer carrão aí.
E não que isso seja bom, pelo contrário.
Vou passando por cima de tudo : pedra, mato, lama. Saio viva, mas com a lataria suja, danificada.
Quase sempre não aproveito o caminho. Não vejo a paisagem, o céu, a estrada.
Vou passando por cima de tudo : trabalho, casa, coração.
Acelera aí.
E o ritmo fica tão frenético que mesmo quando desacelero, continuo exagerando.
Perco a mão, muitas vezes. Machuco, muitas vezes. Sou precipitada, muitas vezes.
Ultimamente tenho batido um bocado o carro. Não morro, mas no dia seguinte vou ver e os ferimentos não são nada leves.
Já pensei em me converter num Fusca, mas nesse momento não saberia andar a 60 por hora.
Reforço que gostaria, de verdade, mas não conseguiria.
Sofro com os acidentes, é fato, mas como me acostumar a pegar estradas tranquilas todos os dias ? Mesmo caminho, mesma velocidade, mesmas emoções (ou não-emoções).
O que tenho evitado é levar carona, pra que os prejuízos fiquem só comigo.
Sim, porque acima de tudo, sou uma menina responsável.
Com toda velocidade, mas com toda responsabilidade acoplada.
Quer subir, venha, mas aguente a curva fechada, me dê alguma direção interessante.
E a culpa que espere na próxima esquina, porque agora tô bastante apressada.